Mais de um mês depois das chuvas, bairros de Porto Alegre como o Quarto Distrito (foto) ainda seguiam alagados. Aprender e se preparar para novas ocorrências são obrigações não só do poder público, mas da sociedade como um todo.
Evandro Leal / Agencia Enquadrar/Folhapress
Informações em tempo real, planos de contingência, combate às fake news e engajamento social estão entre os aprendizados que precisam ser extraídos do desastre para minimizar as futuras emergências climáticas
Retrato do isolamento: enquanto o RS permanece alagado, o poder público ainda está longe de usar devidamente os estudos científicos na elaboração de políticas de prevenção.
Pedro Ladeira/Folhapress
Os últimos acontecimentos evidenciam que a ciência precisa estar presente ativamente na elaboração e proposição das políticas de prevenção. Mas a interação entre pesquisa e poder público ainda é complexa e difícil no Brasil
Agente da Defesa Civil em ação em Porto Alegre: não há como superar desastres climáticos sem o entendimento de suas causas. A comunicação de riscos é um instrumento para isso, e deve ser uma política pública, orientada para a construção de uma cultura de prevenção.
oto: Carlos Quadros /Fotoarena/Folhapress
Vários especialistas que atuam em situações de emergência sublinham que o processo de comunicação é um aspecto central para que haja prevenção de riscos e uma reação adequada nos momentos críticos. Porém, na prática, há uma série de lacunas a respeito do tema
A lenta volta para casa em meio à retirada de entulho em São Leopoldo, RS: com a baixa das águas, micro-organismos causadores de doenças emergem da lama e do lixo acumulados.
Pedro Ladeira/Folhapress
Água, lama, lixo, aglomerações em abrigos, animais abandonados: juntos, esses elementos criam condições ideias para uma tempestade perfeita, numa crise sanitária que pode durar muito além das enchentes
Há 9 anos, plano municipal de saneamento já registrava que sistema de proteção contra cheias tinha capacidade de vazão de água 70% abaixo do necessário, com mau estado geral das instalações mecânicas e elétricas de bombeamento de águas pluviais
Vista aérea de Porto Alegre e do rio Guaíba ainda cinco metros acima do nível normal: quando as águas baixarem, medidas de longo prazo não podem repetir os mesmos erros de planejamento, ou novos alagamentos virão.
AP Photo/Andre Penner
Paulo Niederle, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
A reconstrução do Rio Grande do Sul precisa ser planejada em novos moldes, com a adaptação à realidade de fenômenos climáticos cada vez mais intensos e frequentes
A responsabilidade pelo desastre socioambiental no RS não é só da água e do clima. É também do modelo econômico de desenvolvimento que colocou o planejamento ambiental em segundo plano. E a ciência mostra como isso aconteceu.
AP Photo/Andre Penner
A responsabilidade pelo desastre socioambiental no RS não é só da água e do clima. É também do modelo econômico de desenvolvimento, que colocou o planejamento ambiental em segundo plano. E a ciência mostra como isso aconteceu
Água corre para um bueiro em um beco de Los Angeles em 19 de agosto de 2023, durante a tempestade tropical Hilary: abordagem para mitigação de enchentes urbanas envolve projetos inovadores de paisagismo e drenagem para reduzir e retardar o escoamento, permitindo que certas partes da cidade sejam inundadas com segurança diante de condições climáticas extremas.
Citizen of the Planet/Universal Images Group via Getty Images
Cidades nos EUA estão adotando infraestrutura verde, mas de forma fragmentada. Enchentes provocadas pelas mudanças climáticas exigem uma abordagem mais ampla
O campo de futebol do Estádio Beira-Rio, do Internacional, completamente submerso sob as águas do Guaíba: mudanças climáticas agravam exponencialmente as consequências da falta de planejamento ambiental e infraestrutura hídrica e de saneamento.
AP Photo/Carlos Macedo
Reitor da Universidade Federal do Pampa escreve sobre sua experiência na tragédia, e traz uma visão acadêmica sobre as falhas humanas que contribuem para o agravamento da situação
Doutora em Comunicação e em Meio Ambiente e Desenvolvimento, vice-líder do Grupo de Pesquisa Jornalismo Ambiental (CNPq/UFRGS), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)