Informações em tempo real, planos de contingência, combate às fake news e engajamento social estão entre os aprendizados que precisam ser extraídos do desastre para minimizar as futuras emergências climáticas
Em 2022, 281.472 brasileiros viviam em situação de rua. Número é 211% superior ao estimado em 2012. Cheias no sul e outros efeitos das mudanças climáticas podem estar intensificando o problema no país
Rodrigo Paiva, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Pesquisador do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS trabalha 18 horas por dia no acompanhamento do nível das águas, desde antes do início das cheias
Sistemas de drenagem sustentáveis e áreas verdes e permeáveis são algumas das soluções baseadas na natureza que podem tornar Porto Alegre mais resiliente a eventos extremos
Os últimos acontecimentos evidenciam que a ciência precisa estar presente ativamente na elaboração e proposição das políticas de prevenção. Mas a interação entre pesquisa e poder público ainda é complexa e difícil no Brasil
O negacionismo científico e ambiental impedem a busca por alternativas viáveis para o desenvolvimento sustentável, com usos do ambiente que garantam o bem-estar da sociedade
Paulo Niederle, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
A reconstrução do Rio Grande do Sul precisa ser planejada em novos moldes, com a adaptação à realidade de fenômenos climáticos cada vez mais intensos e frequentes
A responsabilidade pelo desastre socioambiental no RS não é só da água e do clima. É também do modelo econômico de desenvolvimento, que colocou o planejamento ambiental em segundo plano. E a ciência mostra como isso aconteceu
Lara Ramos, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Erica Dias, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) y Leda Gitahy, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Pelo menos 80 comunidades indígenas dos povos Guarani Mbya, Kaingang, Xokleng e Charrua, e 850 famílias quilombolas foram diretamente impactadas pelas cheias no RS
Reitor da Universidade Federal do Pampa escreve sobre sua experiência na tragédia, e traz uma visão acadêmica sobre as falhas humanas que contribuem para o agravamento da situação