Curumim do povo Tembe, no Pará, brinca de arco-e-flecha no leito de um rio seco, durante a estiagem histórica de 2023: modelos climáticos mais regionalizados podem ajudar a prever e planejar adaptações ao novo regime de chuvas devido ao aquecimento global.
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Projeções climáticas para a Amazônia, a partir de modelos regionais que contabilizam os impactos em escalas espaciais menores, mostram a necessidade de um planejamento que envolva toda a sociedade
Depósitos flutuantes de um garimpo no médio Juruá, no Amazonas: o atual esforço global pela biodiversidade envolve proteger pelo menos 30% da terra e da água da região Amazônica.
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Uso indiscriminado de agrotóxicos na região Amazônica causa danos à saúde da população e ao ambiente. Os grupos mais vulneráveis incluem agricultores, crianças, grávidas, idosos e aqueles com a saúde debilitada
Coador tuuwa sendo criado com fasquias de arumã: trançar é transformar corpos vegetais em corpos trançados.
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Igor Rodrigues, Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)
No trançado, há troca e benefícios mútuos para humanos e vegetais, que são entendidos pelos Wai Wai como pessoas, com corpos e personalidades específicas, que se deixam trançar quando bem tratados
A tecnologia FACE - atualmente em fase de implantação - é um imenso sistema circular de torres que liberam ar enriquecido com Dióxido de carbono, permitindo avaliar o efeito da fertilização por CO2 em grandes áreas florestais.
Maria Clara Ferreira Guimarães/Unicamp
David M. Lapola, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Projeto já em construção vai avaliar o chamado “efeito de fertilização por CO2” na floresta, para melhorar as previsões sobre a reação do ecossistema amazônico às mudanças climáticas
A linha de destruição faz lembrar um detalhe incinerado da bandeira do Brasil: diversos indicadores ajudam a compreender as mudanças de uso da terra e a prevalência do desmatamento ilegal na Amazônia brasileira entre 2013 e 2022.
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Militarização da fiscalização ambiental tornou processo mais caro, e ainda resultou num aumento de 62% da taxa de desmatamento em 2019 e 2020, se comparada à média anual entre 2009 e 2018.
As anacondas verdes são verdadeiros colossos do mundo dos répteis, podendo atingir mais de sete metros de comprimento e pesar mais de 250 quilos: exames genéticos revelaram que espécie mais conhecida na verdade são duas, que divergiram há cerca de 10 milhões de anos.
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As anacondas verdes são as cobras mais pesadas do mundo e estão entre as mais longas. É notável que essa espécie oculta tenha passado despercebida até agora
Clareira formada na floresta por exploração ilegal de madeira: enquanto o fluxo de financiamento para ações contra a degradação da Amazônia continuam baixos e mal aplicados, a devastação continua correndop solta na região.
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Fluxo financeiro destinado ao financiamento climático na Amazônia ainda é ínfimo, e contrasta com o discurso global sobre a importância do bioma no cenário de emergência climática.
Recentes decisões judiciais e atos legislativos de questões agrárias na Amazônia contradizem posicionamento internacional do Brasil na questão socioambiental.
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Lara Ramos, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) and Diogo Cabral, Universidade Estadual do Maranhão
Pós COP-28, o Estado do Maranhão aprova legislação que coloca em risco a Amazônia e o Cerrado
Pesquisadores brasileiros e estrangeiros reunidos num trabalho de campo na Floresta Amazônica no Pará: falta de recursos e acessibilidade em áreas remotas limita investimentos em equipamentos, bolsas e retenção de cientistas na região.
Divulgação / UFPA
Centro com universidades referência na pesquisa amazônica busca vencer desafios, como a carência de infraestrutura e investimentos
A família de Luiz Carlos e seus filhos na comunidade de Santa Luzia, na Ilha de Marajó: no conceito de transição justa, a tradição extrativista ribeirinha precisa ser contemplada nas mudanças de modelo econômico.
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Mudança de fontes de energia e modelo econômico, com novo paradigma de baixa emissão de carbono, não poderá ignorar o legado extrativista e o modo de vida das populações ribeirinhas.
Ribeirinhos na pesca de manejo do pirarucu na terra indígena Deni, no Amazonas: aplicação da bioeconomia da sociodiversidade no local promove a valorização do pescado sem redução da oferta. E já beneficia 1.133 pescadores, que mantém uma população estável de 170 mil pirarucus.
Eduardo Anizelli/Folhapress
Henrique Pereira, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
É preciso distinguir o conceito de genérico de bioeconomia do conceito de Economia da Florestam, ou da socibiodiversidade, onde o Brasil tem muito a desenvolver
No detalhe do tronco de uma seringueira vertendo borracha na Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre, o símbolo do imenso potencial econômico sustentável da Amazônia.
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É possível alcançar a prosperidade econômica na Amazônia sem recorrer ao desmatamento. Além da maior lucratividade, extrativismo pode gerar mais empregos do que a pecuária e a soja na Amazônia.
Seca incomum e queimadas são responsáveis por fome e doenças nas comunidades ribeirinhas e morte de animais e plantas.
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Wilson Sabino, Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)
Seca incomum e queimadas são responsáveis por fome e doenças nas comunidades ribeirinhas e morte de animais e plantas
Extrato da Ochroma pyramidale é eficiente na separação das “fagulhas” finas de ouro do Rio Madeira, e evita o lançamento de substâncias tóxicas no ambiente.
Arquivo do autor
É prematuro dizer que atual seca extrema é devido às mudanças climáticas, mas o aumento da frequência e intensidade destes eventos é uma ameaça que não podemos ignorar
Marcha das mulheres indigenas, em 2019. Violências moral e psicológica são alguns dos abusos mais comuns contra as mulheres.
Douglas Freitas / @alassderivas - Wikimedia Commons - Licença CC 2.0.
Pesquisa mapeou 287 defensoras da floresta no Brasil, Peru e Colômbia, e constatou que 47% delas sofreram algum tipo de violência. Uma das hipóteses sugere que são táticas de intimidação e silenciamento.
Região da Volta Grande do Xingu já sofre com seca constante desde 2016, com o desvio da água do rio para operação da usina de Belo Monte, situação que está sendo agravada pela estiagem extrema deste ano
Robson Bentes
Desvio das águas do rio para geração de energia na usina hidrelétrica está matando ecossistemas amazônicos únicos que dependem do alagamento sazonal
Maior afluente da margem esquerda do Amazonas, o Rio Negro é conhecido pelas paisagens paradisíacas, águas frescas, limpas e abundantes, onde nadam botos cor-de-rosa. Hoje, boa parte de seu leito nas imediações de Manaus está assim.
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Problema deverá afetar a região até meados de 2024, no mínimo. Os sinais de sua gravidade incluem os níveis mais baixos de água na cidade de Manaus em 121 anos.
Grandes máquinas trabalham na monocultura da soja numa fazenda em Sidrolândia, Mato Grosso do Sul: a atual trajetória de desmatamento está diminuindo a capacidade da Amazônia e do Cerrado em regular os padrões de chuva, colocando os sistemas agrícolas do país no caminho do que os cientistas já estão chamando de “agro-suicídio”.
AP Photo/Eraldo Peres
Vice-presidente executiva da Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (ABECO) e professora visitante, Universidade Federal da Bahia (UFBA)